terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Gene da impulsividade

Agência FAPESP – A impulsividade tem sido relacionada a vários distúrbios psiquiátricos e também a formas diferentes de comportamento violento. Um novo estudo acaba de descobrir uma mutação que pode predispor os seus portadores a reagir sob o impulso do momento e de maneira irrefletida.

A pesquisa foi feita com 96 presidiários na Finlândia por um grupo internacional e que teve os seus respectivos resultados publicados na edição desta quinta-feira (23/12) da revista Nature.

A mutação está presente no gene HTR2B, um receptor de serotonina, neurotransmissor que atua no controlo de impulsos. A descoberta foi feita após os pesquisadores sequenciarem e compararem o DNA de condenados por crimes violentos com um grupo control.

Denominada HTR2B Q20, a mutação mostrou-se três vezes mais presente entre os presidiários do que nos demais. Os 17 condenados que carregavam a mutação (do total de 96 analisados) cometeram em média cinco crimes violentos, 94% dos quais sob a influência de bebidas alcoólicas.
Os crimes constituíram-se em reações agressivas a eventos menores sem premeditação ou ganho financeiro.

Apesar da presença da mutação ter-se mostrado mais frequente nos criminosos, os cientistas ressaltam que sua presença não é suficiente para provocar ou prever o comportamento impulsivo.

Segundo Laura Bevilacqua, do Instituto Nacional sobre Abuso de Álcool e Alcoolismo dos Estados Unidos, e colegas, outros fatores devem ser levados em conta ao se discutir o tema, como por exemplo, os níveis de stress ou consumo de álcool. Por conta disso, reforçam que são necessários mais estudos para compreender melhor o papel particular da mutação descoberta.



Fonte: http://www.agencia.fapesp.br/materia/13231/divulgacao-cientifica/gene-da-impulsividade.htm

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Gattaca - Sessão de cinema

A recente divulgação do final dos trabalhos de sequências do genoma humano trouxe uma importante questão em relação às consequências deste novo conhecimento.
Ao mesmo tempo que se gera a esperança de cura para muitas doenças de origem genética, gera também muitas especulações sobre a possibilidade de um uso indesejável do conhecimento genético.
Dentro desta última perspectiva, o filme Gattaca, de Andrew Niccol é uma interessante reflexão sobre os caminhos que a engenharia genética pode levar e os impactos que esta tecnologia - e a ciência de um modo geral - pode ter na sociedade.



Passado num tempo futuro (mais próximo do presente do que aquilo que pensamos), Gattaca revela uma sociedade onde as corporações tornaram-se mais poderosas que o Estado e onde a manipulação genética criou uma nova espécie de preconceito e hierarquia racial, legitimada pela ciência.
Aos pais que desejam ter filhos é dada a oportunidade de manipular a interação entre os seus DNA's de modo a terem filhos com a melhor combinação de qualidades genéticas possível. Este procedimento gera duas categorias diferentes de pessoas:
- os Válidos, frutos desta combinação genética planeada, que são quase super-homens, com raras doenças genéticas;
- os Inválidos, frutos de nossa interação sexual usual.
Aos Válidos são oferecidos os melhores empregos e as melhores oportunidades enquanto que os Inválidos chegam até a ser impedidos de frequentar determinados lugares.

A história do filme é a de dois irmãos, um concebido da maneira natural e o outro manipulado geneticamente.
O Inválido, interpretado por Ethan Hawke, tem várias doenças genéticas e, ao ter o seu DNA examinado ao nascer, já tem uma data prevista para sua morte. Contudo, o garoto sonha em viajar para o espaço - emprego impensável para alguém com os seus problemas - e vai procurar e desfrutar de todas as maneiras possíveis para superar as suas limitações ao mesmo tempo que tem que esconder de todos que é um Inválido.

Com roteiro e direção de Andrew Niccol, que também foi roteirista de O Show de Truman, Gattaca é um ensaio sobre o que pode ser uma sociedade na qual o destino das pessoas já esteja pré-determinado cientificamente, em que não haja o mínimo espaço para a acção do indivíduo na construção de seu próprio futuro.
Também é uma reflexão sobre como a ciência pode ser usada para legitimar e, neste caso, criar uma hierarquia social, principalmente se for feita sem crítica e controlo da sociedade.



Gattaca é o nome da base de treinamentos para vôos espaciais.
A palavra GATTACA é formada pelas letras G, A, T e C que também são as iniciais das bases nitrogenadas que formam o genoma.
Há também outras referências como a escada revelada abaixo sob a forma de DNA...




Gattaca - A Experiência Genética (Gattaca). EUA, 1997. Dir. Andrew Niccol.
Com Ethan Hawke, Uma Thurman, Jude Law, Loren Dean, Alan Arkin, Gore Vidal e Ernest Borgnine.


Recomendo!!!