terça-feira, 19 de outubro de 2010

Infertilidade Humana e Reprodução Medicamente Assistida

O que é isto de infertilidade humana?
E reprodução assistida?


A infertilidade é a incapacidade temporária ou permanente em conceber um filho e em levar uma gravidez até ao seu termo natural.
Considera-se que existe um problema de infertilidade quando um casal tem relações sexuais regularmente (sem utilizar contracepção) durante um largo período de um ano, sem que ocorra uma gravidez.
A fertilidade total ou esterilidade é uma situação rara nos dias de hoje, pois podemos recorrer a técnicas específicas (reprodução assistida).
Nota: A gravidez pode acontecer naturalmente após o período mencionado.

•A infertilidade é encarada como uma doença.
•Atinge cerca de 15% dos casais europeus na idade reprodutiva.
•Pode ter origem na mulher, no homem e/ou em ambos.
- 52% - são casos relacionados com factores femininos
- 1/3 - são os casos em simultâneo.

Alguns factores masculinos:
•Produção insuficiente ou nula de espermatozóides;
•Gametogénese anormal;
•Produção de espermatozóides de fraca qualidade (com formas anormais ou com baixa ou nula mobilidade);
•Apesar da aparência normal dos espermatozóides podem não conseguir fecundar o óvulo, devido a anomalias bioquímicas impossíveis de detectar ao microscópio;
•Problemas anatómicos ou fisiológicos ao nível do aparelho reprodutor como obstrução dos canais por onde circula o esperma, etc.

Femininos:
•Inibição da nidação ou rejeição do embrião (aborto espontâneo);
•Problemas anatómicos ou fisiológicos ao nível do aparelho reprodutor como as trompas de falópio bloqueadas, danificadas ou ausentes , a obstrução do colo do útero, etc.
•Ovulação pouco frequente;
•Anovulação, quer porque os ovários não desenvolvem oócitos maduros, quer porque não os libertam.

E por último, os factores comuns:
•Problemas genéticos;
•Malformações congénitas;
•Factores imunitários;
•Distúrbios hormonais;
•A alimentação;
•O estado de saúde geral;
•Operações cirúrgicas (vasectomia, ovariotomia, histerectomia…)
•Stress (causa e consequência);
•Infecções sexualmente transmissíveis… - DST (sífilis; gonorreia; clamidia…)


Reprodução Medicamente Assistida
1.Inseminação artificial ou IUI (Intra-Uterine Insemination):
Pela inseminação artificial dá-se a transferência mecânica de espermatozóides, previamente recolhidos, tratados e seleccionados, para o interior do aparelho genital feminino, na altura da ovulação. Permite assim aumentar as hipóteses de fecundação.

2.Fertilização in vitro ou IVF (In Vitro Fertilization):
É a mais complexa!
Consiste na recolha de oócitos e de espermatozóides e da sua junção em laboratório, mais concretamente numa placa de Petri. O zigoto continua a ser incubado in vitro no mesmo meio em que ocorreu a fecundação, até que se dê a sua segmentação.
No estado de 6 a 8 células, é transferido para o útero para que ocorra a nidação (implantação e desenvolvimento).

3.Injecção intra-citoplasmática de espermatozóides ou ICSI (Intra Cyto-plasmatic Sperm Injection):
Consiste na microinjecção de um único espermatozóide directamente no citoplasma de um oócito. Depois o embrião é implantado segunda a mesma técnica utilizada na situação acima referida.
Na maioria dos casos, a obtenção do espermatozóide é por via cirúrgica.

4.Transferência intratubárica de gâmetas ou GIFT (Gamete Intrafallopian Transfer):
Os dois tipos de gâmetas são transferidos para o interior das trompas de modo a que só aí ocorra a sua fusão. Neste caso, a fecundação tem lugar in vivo.

5.Transferência intratubárica de zigotos ou ZIFT (Zygote Intrafallopian Transfer):
Ambos os tipos de gâmetas são colocados em contacto in vitro, em condições apropriadas para a sua fusão. O(s) zigoto(s) resultante(s) são então transferidos por laparoscopia para o interior das trompas.

6.Diagonóstico genético pré-implantação, Biópsia de embriões ou PGD (Perimplantation Genetic Diagnosis):
Consiste na extracção de um único blastómero de um embrião com seis ou oito células, sem causar qualquer dano – biópsia do embrião.
O PGD permite assim fazer o rastreio de aneuploidias.

7.Crioconservação de gâmetas e de embriões: Conservação de espermatozóides e embriões excedentários por congelação a baixas temperaturas recorrendo ao azoto líquido, obtendo-se assim temperaturas abaixo dos -196 º C.

Estes dois tipos são acessórias mas também de extrema importância.

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