domingo, 28 de novembro de 2010

Desafios da genética


26 de Novembro
18:30h

Estava a ocorrer um ciclo de conferências organizado pela FCD (Fundação de Ciência e Desenvolvimento) com entidades que nos introduzem não só mais cultura e conhecimento como despertam em nós a motivação do aprender e a intenção de nos perguntarmos e pensarmos...

Fernando Regateiro foi o convidado do Fórum Ciência e Educação, Ciclo de Conferências organizado pelo Pelouro do Conhecimento e da Coesão Social da Câmara Municipal do Porto, através da Fundação Ciência e Desenvolvimento, com o apoio da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

O ilustre convidado, Professor Catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e Presidente do Conselho de Administração dos hospitais da mesma universidade, dissertou sobre o tema “Desafios da Nova Genética”, neste mesmo dia, no Teatro do Campo Alegre.

Esta foi a sétima conferência de um fórum de sucesso pelo qual já passaram, desde Fevereiro de 2010, Guilherme d’ Oliveira Martins, António Vaz Carneiro, Emílio Rui Vilar, Duarte Nuno Vieira, Pedro Lynce de Faria e Gomes Canotilho.

Com este Ciclo de Conferências pretendeu-se sensibilizar a sociedade civil e os agentes educativos para aquilo que é a possível ligação entre ciência, educação e cultura.

Rui Nunes, do Conselho de Administração da Fundação Ciência e Desenvolvimento, explicou que este é um modo de disponibilizar “outras ferramentas” que sirvam uma melhor forma de educar e instruir as crianças e jovens, “através dos seus educadores”. Neste fórum um conjunto notável de personalidades partilharam saberes com a população em geral, e, em particular, com os professores.

A minha professora de biologia convidou a turma a comparecer nesta conferência e desde logo aceitei o convite assim como mais algumas colegas minhas...
A conferência tornou-se numa aula para nós e numa porta ou janela (como preferirem chamar)para a nossa vida além da escola, próxima da faculdade.

O professor Fernando começou esta mesma conferência com uma frase que me fez logo esboçar um sorriso revelando que a ciência para quem a estuda não é um regime ou filosofia mas um significado e justificação. Passo a citar a sua frase: " Uma vida vale pela dignidade intrínseca do ser humano", retirado do conto o princepezinho.

Como podemos ver, só esta frase suscita logo em nós uma enorme curiosidade sobre o que irá ele falar em seguida... pois bem, em seguida ele falou-nos da tolerância, do valor e do respeito e para este homem tudo se resume sob a forma de uma equação:

tolerância + valor = Respeito

De seguida falou-nos nas falhas da genética/ciência referindo que não dependemos só dos genes mas de uma porção de factores.
Ao longo da sua resposta abordou os temas HIV, como um exemplo da diversidade e RIQUEZA das espécies onde a normalidade pode bem ser a anormalidade justificando que ninguém pode ser rejeitado pelo DNA respectivo.
Deixou então as seguintes perguntas pairando no nosso cérebro:
"Como é regulada a informação da genética?
Quando é que o ser humano é protegido como sujeito direito? Quem diz quando é protegido e o deixa de ser?
Quem interpreta os interesses do ser humano?"


Este conjunto de perguntas faz-nos reviver o dilema do aborto, da clonagem, da eugenia e dos "ses..." da terapia génica de hoje...
Foi exactamente o que aconteceu com este professor!

Na clonagem em todas as experiências feitas verifica-se que não é possível garantir a igualdade exacta entre o clone e o seu "progenitor", que ainda não há segurança e que se tem de continuar a estudar.

Quanto à eugenia o professor teve uma posição muito clara: "Não é uma prática que favoreça as espécies"...

A terapia génica e os testes genéticos devem ser realizados sim, mas alguns ainda são um desafio para a genética não sendo seguro. Mas se se souber o que se faz, a prevenção deve ser realizada!

Por último, o professor levantou a questão dos dilemas éticos que a genética/ciência levantava. Este assunto foi abordado de uma forma muito geral, devido á escassez do tempo e também por não haver muito a dizer se o "tudo" se resumia a isto: A ciência dá a informação sim, mas outra entidade definirá e resolverá os problemas éticos da mesma.

A seguir iniciou-se a troca de informações entre público e mesa...
Foi uma experiência muito boa e que irei repti-la sempre que possivel, pois como dizem os antigos:

"O saber não ocupa lugar..."



p.s.: A Fundação Ciência e Desenvolvimento pretende continuar a realizar este fórum durante o próximo ano.

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