terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Mecanismos de defesa especificos

O nosso organismo é constituído pelo sistema imunitário, pelos vasos linfáticos, órgãos e tecidos linfóides e as células efectoras, e tem como função defender o nosso corpo reconhecendo os invasores estranhos ao nosso organismo, como bactérias, vírus ou parasitas, neutralizá-los, e por fim eliminá-los. O sistema imunitário consegue reconhecer os organismos que lhe são estranhos, através de glicoproteínas inseridas nas membranas das células, e que identificam o que é próprio do organismo e o que não é, uma vez que cada ser vivo é incomparável do ponto de vista bioquímico. Para cumprir com a sua função de defesa, o sistema imunitário possui dois tipos de, mecanismos: os mecanismos de defesa não – específicos e os mecanismos de defesa específicos. Neste subcapítulo apenas serão abordados os mecanismos de defesa específicos.
Os mecanismos de defesa específicos, ou imunidade adquirida, iniciam a sua acção alguns dias após a invasão de agentes patogénicos, no entanto, estes mecanismos têm uma acção muito mais eficaz, dirigida e específica. Estes mecanismos constituem a terceira linha de defesa, e a acção dos linfócitos é bastante eficaz, uma vez que possuem memória, ou seja, quando entram em contacto com um invasor, “memorizam” as suas características e conseguem reconhecê-lo quando este entra de novo no nosso organismo, o que permite uma melhor acção sobre ele.
Os animais vertebrados possuem dois tipos de linfócitos, os linfócitos B (Bone Marrow) e os linfócitos T (Thymus), que são ambos produzidos por células estaminais da medula óssea vermelha ou do fígado (durante o período fetal). Inicialmente estes dois tipos de linfócitos, no entanto, depois sofrem diferentes tipos de maturação, e consequentemente diferentes tipos de especialização. Os linfócitos que dão origem aos linfócitos B permanecem na medula óssea vermelha e sofrem aí o seu processo de maturação. Pelo contrário, os linfócitos que dão origem aos linfócitos T migram da medula para o timo e sofrem lá o seu processo de maturação.
Estes dois tipos de linfócitos são responsáveis por diferentes processos de imunidade: os linfócitos T especializam-se na designada imunidade celular, enquanto que os linfócitos B se especializam na imunidade humoral. As respostas de ambos os linfócitos só são desencadeadas por umas moléculas designadas por antigénios ou antigenes, que pertencem a diferentes tipos de agentes invasores, como vírus, bactérias, protozoários, moléculas existentes no pólen, pêlos dos animais ou até mesmo células de outras pessoas.
No decorrer da maturação os linfócitos B e T adquirem determinadas moléculas específica, os receptores de antigénios, que funcionam como receptores e passam a reconhecer diversos e numerosos antigénios, o que lhes concede a capacidade de terem uma acção activa durante a resposta imunitária, daí serem designados por células imunocompetentes. Durante este processo os linfócitos também ganham a capacidade de distinguir o que faz parte do organismo, daquilo que lhe é desconhecido. Desta forma, todos os linfócitos que apresentarem nas suas membranas receptores de antigénios para as moléculas que fazem parte do organismo, são eliminados, caso contrário o próprio organismo começava a ser destruído, pois desenvolver-se-ia uma resposta imunitária contra ele.
Após o processo de maturação os linfócitos deslocam-se para os diversos órgãos e tecidos do sistema imunitário, como para a linfa, os gânglios linfáticos, o sangue, o baço e as amígdalas.
Os linfócitos, actuam de uma forma bastante eficaz e equilibrada, destruindo os agentes agressores, devido à sua cooperação com a imunidade humoral e celular, pontos que serão abordados mais à frente, e devido à sua especialização em diferentes tipos de antigénios como já foi referido.

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